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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Suicídio: um teste que vai te surpreender!


Suicídio, um troço estranho, né! O que leva uma pessoa a se matar? Dar cabo da própria vida! Mistério?
Não! Desculpe destruir suas fantasias, mas a coisa não é misteriosa e nem romântica.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 90% dos suicídios estão atrelados a transtornos mentais, como Depressão e Bipolaridade
Romeu e Julieta são exceções, tá bem!
90% das pessoas que se matam estão na busca desesperada por uma saídapara o sofrimento psíquico do caralh#@ que essas doenças causam.
Eu sei muito bem! Sou Suicida Sobrevivente, tentei me matar duas vezes e planejei várias outras. Uma das minha cartas de despedida foi o filme V.I.D.A.que realizei em 2008.
O plano era fazer o filme, botar ele no mundo e depois encher a cara pra me jogar de um prédio bem alto que tem na Av. Paulista, porque na época tinha uma conhecida que morava lá no 19º andar e eu calculei: “despencar dessa altura é morte na certa!”
Mas ainda bem que a repercussão do filme V.I.D.A. me fez adiar meus planos “auto-assassinísticos”.
Primeiro porque sou apaixonada pela vida. E, segundo, mesmo depois de ter visto o filme V.I.D.A. algumas pessoinhas ainda assim diriam que eu “me matei do nada”!
E, diante dessa injustiça, se existe vida após a morte, eu voltaria para atormentar essa gentinha que julga sem saber, e me tornaria um “espírito zombeteiro” e não deve ter nada pior nessa morte do que estar mortomas continuar aqui atormentando os mortos- vivos.
Bendita hora que fiz o filme V.I.D.A. fui convidada pra dar um monte de entrevistas! Falar no assunto me ajudou demais a rever meus planos de vida, quer dizer, de morte.
 
E se você tem interesse nesse assunto de suicídio faça o teste abaixo, é surpreendente!
Na verdade, na honestidade, o mais surpreendente pra mim foi o trabalhão que deu pra traduzi-lo pro português, mas fiz com muito carinho pra você, porque quero que você entenda desse assunto!
Ninguém que passa por um transtorno mental precisa chegar nessa “solução definitiva para um problema temporário”, como disse alguém que já esqueci quem foi.

Então vamos lá?

Suicídio: um Teste surpreendente

Responda as perguntas com “verdade” ou “mentira”As respostas estão logo abaixo.
1 / Se alguém esta determinado a se matar, não há nada que você possa fazer.  (Verdade ou mentira?)
2 / Pessoas que cometem suicídio são loucas. (Verdade ou mentira?)
3 / Tentativa de suicídio é um pedido de ajuda. (Verdade ou mentira?)
4 / Quase sempre a pessoa antes de cometer suicídio manda sinais de alerta(Verdade ou mentira?)
5 / Falar sobre suicídio com alguém que tem inclinação suicida irá influenciar mais ainda(Verdade ou mentira?)
bob esponja depre
6 / Suicidas não querem realmente morrer, querem somente acabar com sua dor(Verdade ou mentira?)
7 / Quando a pessoa começa a se tratar o risco dela se suicidar acaba(Verdade ou mentira?)
8 / A maioria das pessoas que cometeram suicídio comentaram a respeito antes. (Verdade ou mentira?)
9 / Uma pessoa bêbada que fala que tem vontade de se matar não deve ser levada a sério(Verdade ou mentira?)
10 / Se uma pessoa teve uma tentativa malsucedida de suicídio no passado, ela tem menos chances de se matar. (Verdade ou mentira?)
11 / Quem realmente quer se matar vai e se mata sem qualquer aviso. (Verdade ou mentira?)
12 / Pessoas que cometem suicídio são fracas. (Verdade ou mentira?)
13 / Pessoas que ameaçam se matar estão tentando manipular o outro(Verdade ou mentira?)
14 / Quando as pessoas se sentem melhor, o perigo passou(Verdade ou mentira?)
15 / Suicídio pode afetar pessoas de qualquer idade, incluindocrianças(Verdade ou mentira?)
16 / Se um amigo lhe conta sobre seus sentimentos suicidas e lhe pede para guardar segredovocê deve ser um amigo leal e não contar para ninguém(Verdade ou mentira?)
17 / Uma tentativa que não deu certo indica que a pessoa não queriarealmente morrer. (Verdade ou mentira?)
18 / A única ajuda que funciona é através de psicoterapia. (Verdade ou mentira?)
19 / Apesar de nossos esforços, suicídios podem ocorrer. Ninguém deve se culpar quando alguém escolhe a morte. (Verdade ou mentira?)
________
RESPOSTAS
1 / Se alguém esta determinado a se matar, não há nada que você possa fazer.
MENTIRA. Depressão e sentimentos suicidas não passam com o tempo. Acolher a pessoa de modo que ela possa por seus sentimentos para fora, encorajando-a a buscar ajuda profissional para se tratar e dar suporte emocional até que a vontade suicida passe, são modos de ajudar.
2 / Pessoas que cometem suicídio são loucas. (obs: loucas no sentido de terem rompido com a realidade, tipo o louquinho de rua, sabe?)
MENTIRA. Algumas pessoas que cometem suicídio romperam com a realidade, mas sofrimento intenso, extremo desgaste emocional e transtornos mentais como a depressão e bipolaridade também podem levar a sentimentos suicidas.
3 / Tentativa de suicídio é um pedido de ajuda.
VERDADE. Tentativa de suicídio é um sinal claro de que a pessoa está enfrentando sentimentos os quais não está apta a lidar, precisando de ajudapara tanto.
4 / Quase sempre a pessoa antes de cometer suicídio manda sinais de alerta.
VERDADE. Muitas pessoas irão fazer comentários sobre desejarem estar mortas ou como todos estariam bem melhor se elas não estivessem por perto. Até mesmo aqueles que não expressam desejo de morte podem mostrar sinais de depressão.
5 / Falar sobre suicídio com alguém que tem inclinação suicida irá influenciar mais ainda.
MENTIRA. Perguntar sobre sentimentos suicidas para a pessoa dará abertura para ela falar sobre os sentimentos que já existem, mas que ela mesma tem medo de encarar.
6 / Suicidas não querem realmente morrer, querem somente acabar com sua dor.
VERDADE. Suicidas querem viver, mas eles não conseguem achar nenhuma outra saída para acabar com a dor insuportável que sentem.
7 / Quando a pessoa começa a se tratar o risco dela se suicidar acaba.
MENTIRA. Por mais que a pessoa tenha começado o tratamento e até medicação, ela não está fora de perigo. Ela pode se sentir mais energética e é capaz inclusive de usar tal energia para agir em favor dos seus sentimentos suicidas, já que ainda não houve tempo para seu humor melhorar significativamente.
8 / A maioria das pessoas que cometeram suicídio comentaram a respeito antes.
VERDADE. É muito frequente e comum a pessoa dar indicações de que esta sentindo vontade de se matar através de comentários que expressam o desejo de estar morta, ou de como todos a sua volta estariam melhor se ela não estivesse por perto. Às vezes são comentários sutis, mas eles existem, ou até mesmo um atípico silêncio.
9 / Uma pessoa bêbada que fala que tem vontade de se matar não deve ser levada a sério.
MENTIRA. Quando alguém fala sobre suicídio deve sempre ser levada a sério.álcool retira as inibições que uma pessoa possa ter, o que faz com que elafale coisas que normalmente não revelaria.
10 / Se uma pessoa teve uma tentativa malsucedida de suicídio no passado, ela tem menos chance de se matar.
MENTIRA. A maioria dos suicídios foi precedida de uma tentativa que falhou.
11 / Pessoas que realmente querem se matar vão e se matam sem qualquer aviso.
MENTIRA. Quase sempre há sinais de aviso, seja em um comentário sobre o desejo de estar morta, ou nos sintomas de depressão.
12 / Pessoas que cometem suicídio são fracas.
MENTIRA. Pessoas fortes podem cometer suicídioDepressão e outros transtornos mentais são doenças, não um sinal de fraqueza.
13 / Pessoas que ameaçam se matar estão tentando manipular o outro.
MENTIRA. Pessoas que falam de suicídio estão fazendo um apelo por ajuda.
14 / Quando as pessoas se sentem melhor, o perigo passou.
MENTIRA. Se a pessoa tem tido sentimentos suicidas e de repente se sente melhor, isto poderia ser um sinal de que ela tomou a decisão de se matar e sente-se aliviada por causa de sua escolha.
15 / Suicídio pode afetar pessoas de qualquer idade, incluindo crianças.
VERDADE. Ninguém está imune aos transtornos mentais como depressão.
16 / Se um amigo lhe conta sobre seus sentimentos suicidas e lhe pede para guardar segredo, você deve ser um amigo leal e não contar para ninguém.
MENTIRA. Suicídio é uma questão de vida ou morte. É melhor chateá-lo, mas pedir ajuda por ele, do que vê-lo morto.
17 / Uma tentativa que não deu certo quer dizer que a pessoa não queria realmente morrer.
MENTIRA. Suicídios que são bem-sucedidos geralmente foram precedidos por tentativas que falharam. Tentativas de suicídio são um grito por ajuda e nunca devem ser ignoradas.
18 / A única ajuda que funciona é através de psicoterapia.
MENTIRA. Tratamento correto é importante, mas há muito que a família eamigos podem fazer sem nenhum treinamento especial para apoiar o suicida.Eles podem ter um papel crucial na recuperação do paciente.
19 / Apesar de nossos esforços, suicídios podem ocorrer. Ninguém deve se culpar quando alguém escolhe a morte.
VERDADE. Você é somente humano e não é responsável quando alguém escolhe morrer. Você faz o melhor que pode, mas somente a pessoa pode escolher entre viver ou não.

Fonte: http://www.anamariasaad.com.br/suicidio-um-teste-que-vai-te-surpreender/

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O alívio da ansiedade


Conheça os novos tratamentos e as descobertas que ajudam a controlar as crises e melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem com a chamada doença do século 


  Neste momento, uma em cada quatro pessoas no mundo está com uma sensação de aperto no peito, sentindo o coração bater mais rápido, com as mãos suando. Na mente, um medo inexplicável ou preocupação obsessiva com algo que ainda nem aconteceu. Esses são alguns dos sintomas das crises de ansiedade, um dos transtornos mentais mais incidentes da atualidade e, assim como os demais, extremamente cruel. Dependendo do grau, tira o sono do indivíduo, deixa-o mais predisposto a sofrer de enfermidades cardiovasculares e o priva de sair de casa quando o medo atinge níveis incontroláveis.
Estudos mostram que a ansiedade é mais frequente do que transtornos de humor como a depressão. E dados divulgados pelo World Health Mental Survey, ligado à Organização Mundial da Saúde, revelam um triste panorama para o Brasil: 20% das pessoas que vivem em São Paulo convivem com ou tiveram algum transtorno ansioso nos últimos 12 meses. “Foram analisadas cidades de 24 países. Em São Paulo, encontramos o índice mais elevado”, diz Laura Andrade, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). Mas um esforço monumental da medicina para buscar as origens da doença e criar novas opções de tratamento promete dar alívio a quem sofre desse pesadelo.

A ansiedade fazia parte das reações que nossos ancestrais manifestavam diante de ameaças como a possibilidade de um ataque animal ou a morte por frio extremo. Preocupar-se com esses eventos mantinha o corpo em alerta: mais tenso, pressão elevada, maior bombeamento de sangue. Se o perigo se concretizasse, o corpo estava pronto para reagir. Se não, o sistema era desligado. Esse esquema ficou gravado no cérebro e até hoje entra em ação diante de situações interpretadas como risco. Essas circunstâncias podem ser reais ou fictícias, resultado de mecanismos psíquicos não totalmente esclarecidos. O problema é que, se esse estado de preocupação se torna crônico, caso da ansiedade generalizada, ou leva a crises espontâneas, como os ataques de pânico, deixa de ser uma reação natural. Causa prejuízos à saúde e à vida social, afetiva e profissional. Transforma-se em doença.

img1.jpg TERAPIA
Adriana Mazzagardi tem a ajuda dos cavalos para controlar o sentimento
Atualmente, há catalogados oito tipos da enfermidade (leia mais detalhes no quadro à pág.84). Como ocorre com a maioria das enfermidades mentais, há dificuldade na detecção do problema. “Um estudo feito em Londres, pelo psiquiatra Paul Bebbington, mostrou que apenas 14% dos pacientes tinham sido diagnosticados e tratados no ano anterior ao trabalho”, contou Márcio Bernik, coordenador do Programa de Ansiedade (Amban) do Instituto de Psiquiatria da USP. O diagnóstico é feito por psicólogos ou psiquiatras, que recorrem a perguntas definidas para identificar a alteração, como ela se insere na vida do indivíduo e sua gravidade. “Uma das primeiras perguntas é se a pessoa sente que teve prejuízo em algum campo ou momento da vida por causa da doença”, diz o psiquiatra Bernik.
O tratamento varia de acordo com o transtorno especifico e a intensidade da enfermidade. Nos casos mais leves, indicam-se apenas medicamentos ou sessões de terapia cognitivo-comportamental (TCC), método cujo objetivo é modificar padrões de pensamentos e comportamentos associados. Uma pessoa que tenha receio permanente de perder o emprego, por exemplo, pode ser treinada para evitar esses pensamentos ou substituí-los por outros, mais otimistas e calcados na realidade. Nos casos moderados e mais graves, é recomendada a combinação de remédios com a TCC. Um trabalho da psicóloga Mariângela Savoia, ligada ao Amban, mostrou que essa associação foi mais eficaz do que o uso isolado dos métodos.

Os recursos criados recentemente são utilizados para os casos mais severos e que não respondem ao tratamento padrão. Um dos mais promissores é a aplicação da realidade virtual. A terapia consiste em expor o paciente – de modo virtual – às situações que desencadeiam crises para que, aos poucos, ele aprenda formas de evitar os pensamentos ansiosos. Na Universidade de Washington (EUA), o método está sendo aplicado para tratar fobias, a ansiedade gerada pelo estresse pós-traumático e aquela sentida durante a troca de curativos em pacientes com queimaduras. “Temos bons resultados”, disse à ISTOÉ Hunter Hoffman, coordenador da equipe que aplica a técnica.
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Semelhante à realidade virtual, a terapia de modificação cognitiva com auxílio de computador também desponta como alternativa. Um trabalho da Brown University (EUA) mostrou que indivíduos com fobia de falar em público melhoraram depois de se submeter aos exercícios duas vezes por semana, por um mês. Eles consistem em instruir o paciente a evitar expressões faciais hostis – para quem tem fobia social isso detona crises – e a interpretar as reações de interlocutores de forma otimista.
Começa também a ser testada a eficácia da estimulação magnética transcraniana. A técnica submete o paciente a aplicações de ondas eletromagnéticas. O objetivo é regularizar a atividade elétrica nas regiões cerebrais associadas à doença (leia mais no quadro à pág. 82). O médico Marco Marcolin, do Instituto de Psiquiatria da USP, iniciará até o fim do ano testes com 30 pacientes com fobia social. Por enquanto, não há nada conclusivo. Estudos com o método para tratar a ansiedade associada ao estresse pós-traumático deram resultados negativos no Brasil e positivos na Europa.

Ganhando espaço na prática clínica está o neurofeedback, método que se propõe a imprimir no cérebro um novo padrão de funcionamento, igual ao de uma pessoa sem a doença. “Eletrodos colocados sobre o couro cabeludo fazem a leitura da informação neurológica que está sendo produzida e registrada por eletroencefalografia”, explica o psicólogo Leonardo Mascaro, mestre em neurociências pelo Núcleo de Neurociências e Comportamento da USP e autor do livro “Para Que Medicação?”. Segundo ele, na presença de enfermidades como a ansiedade, os dados revelam padrões eletroencefalográficos anormais e específicos que possibilitam o reconhecimento da doença ou de outros comprometimentos neurológicos.
img2.jpg TECNOLOGIA
Acima, o psicólogo Mascaro acompanha a sessão de neurofeedback da
empresária Marisa. Abaixo, paciente com queimadura no braço usa equipamento
de realidade virtual. O recurso o ajuda a diminuir a dor e a ansiedade
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No treinamento, o paciente visualiza as alterações e também os padrões normais. “Os parâmetros corretos são então apresentados de volta aos neurônios por meio de um trabalho de condicionamento feito sob a forma de sinalização sonora e visual”, diz Mascaro. Essas sinalizações ocorrem somente quando os neurônios em treino produzem o tipo de atividade que está sendo solicitada. “Dessa maneira acontece a aprendizagem neurológica e a modificação da atividade cerebral, que se normaliza progressivamente”, complementa o psicólogo. “Conforme o tratamento caminha, a pessoa necessita de menos medicação e a retirada do medicamento acontece, sempre sob supervisão médica”, assegura Mascaro. A empresária Marisa Rollemberg Rocha, 40 anos, de Brasília, submeteu-se a três sessões até agora. “Já consigo dormir melhor e passei a suar menos nas mãos”, diz. A técnica, porém, não é aceita por todos os médicos. Bernik, do Amban, não a considera eficaz.
O desenvolvimento de instrumentos como esses só foi possível a partir do avanço do conhecimento sobre as bases neurológicas da doença. Apesar de a identificação das estruturas cerebrais vinculadas à enfermidade ter sido feita há algum tempo, dezenas de pesquisas estão revelando detalhes sobre a interação entre elas. Cientistas da Columbia University (EUA), por exemplo, descreveram a maneira pela qual operam o hipocampo e o córtex pré-frontal medial. “Vimos que o hipocampo envia muita informação para esta área do córtex, fazendo com que ela reconheça o ambiente como uma ameaça”, explicou Joshua Gordon, autor da pesquisa.

Por aqui, o psiquiatra Luiz Vicente Mello, de São Paulo, participa de um esforço internacional para entender melhor a relação entre comportamentos ansiosos e mecanismos de defesa legados pela evolução. “Muitas das nossas reações são anacrônicas. Ao mesmo tempo, não temos defesas para situações recentes, como o medo de carros, que precisa ser ensinado”, diz.
img4.jpg ENERGIA
O psiquiatra Marcolin iniciará os testes para verificar a eficácia da aplicação
de ondas eletromagnéticas em centros cerebrais associados à doença
Ainda na USP, cientistas investigam a relação da enfermidade com o sistema serotonérgico do cérebro. Recentemente, o psiquiatra Felipe Corchs, em estudo feito no Amban com universidades da Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália, observou que as diferenças na quantidade de serotonina (substância que faz a comunicação entre neurônios) interferem na sensibilidade aos estímulos que iniciam crises. Para chegar a essa conclusão, os cientistas deixaram sem comer proteínas um dia inteiro voluntários que já haviam sido tratados de transtornos ansiosos. Não ingerir proteína prejudica o aporte de triptofano, aminoácido essencial para a formação da serotonina.
O resultado foi surpreendente: pacientes com pânico, estresse pós-traumático e fobia social ficaram mais sensíveis aos gatilhos de crise, sugerindo que a serotonina tem papel na modulação dessa resposta. “E pessoas que tinham melhorado com o tratamento pioraram quando os níveis da substância diminuíram”, explicou Felipe. A redução do composto não causou o mesmo impacto em pacientes com ansiedade generalizada e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Para estes, o que parece é que o contrário, o aumento na concentração da serotonina, faz diferença. Um outro estudo, feito pelo psicólogo Thiago Sampaio, também do Amban, indicou que portadores de TOC que possuem maior concentração de serotonina respondem mais rápido à terapia.

Intervir nas situações em que a ansiedade pode prejudicar o tratamento é hoje uma atitude incorporada por alguns hospitais. No Albert Einstein, em São Paulo, psicólogos entram em ação para atender pacientes internados que apresentam sintomas da doença. “Uma das formas de reduzi-los é ajudar os doentes a esclarecer suas dúvidas”, diz Ana Kernkraut, coordenadora do serviço de psicologia do hospital.
Nos EUA, médicos usaram a terapia com animais para diminuir o sentimento em indivíduos que se submeteriam a exames de imagem, situação que desencadeia temor. No Monmouth Medical Center, 28 pacientes que fariam ressonância magnética foram selecionados para brincar com cães por 15 minutos, meia hora antes de fazer o exame.
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Comparados a doentes que não tiveram esse tempo com os animais, eles manifestaram muito menos ansiedade. “A terapia mostrou potencial para substituir os remédios contra crises às vezes dados aos pacientes”, disse Richard Ruchman, autor do estudo.
No Brasil, nos centros de equoterapia é possível aliviar os sintomas com o auxílio dos cavalos. A empresária Adriana Mazzagardi experimentou esses efeitos durante as aulas de equitação que teve na infância e decidiu expandir o benefício. “Os cavalos me ensinaram a controlar a minha ansiedade, que era muito intensa”, diz Adriana, que está à frente do Centro Equestre Equovita, em Jundiaí (SP). O local é frequentado por muitas pessoas em busca de alívio das tensões. “Se você está ansioso e sem concentração, o cavalo percebe e reage. Você precisa estar atento e calmo para que ele se deixe conduzir”, diz Adriana.

Manter a ansiedade sob controle é também importante porque reduz riscos para outras doenças. Na semana passada, pesquisadores da Stanford University (EUA) divulgaram os resultados de um estudo com animais, indicando que o sentimento contribui para o surgimento de tumores. A explicação é a de que a ansiedade costuma vir acompanhada de estresse. Juntas, as condições enfraquecem o sistema de defesa do organismo. “Eles podem acelerar a progressão do câncer”, afirmou o imunologista Firdaus Dhabhar, autor do experimento.

A conexão com a depressão também está sendo investigada. Um trabalho patrocinado pelo Canadian Institutes of Health Research apontou uma molécula (CRFR1) como a responsável pela interação entre a ansiedade, o estresse e a doença. Um primeiro passo já foi dado para quebrar a associação: em cobaias, a inibição da produção dessa molécula atenuou a ansiedade.

Mais conhecida, a relação da enfermidade com os males cardiovasculares exige também atenção. Tanto que médicos do Montreal Heart Institute, também no Canadá, fizeram um trabalho para provar que pacientes em risco para doenças do gênero e que apresentem traços de ansiedade devem ser submetidos a uma tomografia do coração, e não apenas a um eletrocardiograma. “O exame de imagem é mais efetivo para identificar doença cardíaca nesses indivíduos”, afirmou Simon Bacon, coautor do experimento.
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Texto de Cilene Pereira e Mônica Tarantino.
 Fonte:  http://www.istoe.com.br/reportagens/203946_O+ALIVIO+DA+ANSIEDADE

Fotógrafa revela como é ter ansiedade em 12 imagens


Joy Katie Crawford é uma fotógrafa talentosa que luta com o transtorno de ansiedade há anos. Talvez por isso não haja ninguém melhor para criar uma série de fotos que nos mostra como é viver com esse fardo.
"A ansiedade impede o doente do risco de descoberta, o desejo de explorar novas idéias, e a possibilidade de sair de uma zona de conforto”, ela escreve na descrição do seu projeto. Usando minhas próprias histórias e experiências, estou capturando a essência crua da ansiedade. Através desta jornada pessoal, eu cresci e descobri que descrever os meus medos se tornou terapêutico, bem como uma porta de entrada para os outros expressarem sua opressão e iniciarem o seu próprio processo de cura.
Veja as fotos abaixo:



 "Um copo de água não é pesado. É quase estúpido quando você tem que escolher um. Mas e se você não pudesse esvaziá-lo? E se você tivesse que suportar o seu peso por dias … meses … anos? O peso não muda, mas a carga sim. Em um certo ponto, você não consegue se lembrar de como a luz era."

 "Você foi criado por mim. Você foi criado pela minha reclusão. Você foi criado na defesa venenosa. Você é feito de medo e de mentiras. Medo de promessas unilaterais e de perder a confiança tão raramente dada. Você foi se formando durante toda a minha vida. Cada vez mais forte."


"Eles continuam me dizendo para respirar. Eu posso sentir meu peito se movendo para cima e para baixo. Mas por que sinto que estou sendo sufocada? Eu coloco a minha mão debaixo do meu nariz, certificando-se que há ar, mas eu ainda não consigo respirar."


"Cortes tão profundos que é como se eles nunca fossem curar. Dor tão real, quase insuportável. Tornei-me isto… Este corte, essa ferida. Tudo o que sei é esta mesma dor; respiração afiada, olhos vazios, as mãos trêmulas."


" Eu tenho medo de viver e eu tenho medo de morrer. Que forma de existir."



"Depressão é quando você não pode sentir. Ansiedade é quando você sente muito. Ter ambos é uma guerra constante dentro de sua própria mente. Ter ambos significa não ganhar."


Fonte: http://www.boredpanda.com/surreal-portraits-anxiety-disorder-my-anxious-heart-katie-joy-crawford/

Reflexão breve e oportuna: Meses coloridos




   Não sei como nem de onde surgiu a ideia de iluminar monumentos públicos importantes com cores que significam alguma mensagem.  Estas estratégias coloridas alertam, principalmente, para algumas doenças importantes que necessitam de prevenção precoce, como o câncer de mama e o de próstata.
 Desconhecia ser o amarelo um apelo visual para a prevenção do suicídio. Em grandes tragédias nacionais ou mundiais, também os monumentos de maior visibilidade são iluminados.
Recentemente grande número de cidades do mundo tiveram seus pontos de maior referência iluminados com as cores da França, em sinal de solidariedade ao brutal atentado sofrido pela capital mais charmosa do planeta Terra, com um saldo de cento e trinta mortos, até o momento, e centenas de feridos.
Eventos festivos como o Natal, conquista de campeonatos e outros, são motivos para os monumentos receberem coloração adequada à festa.  
No caso do suicídio, a Dra. Rosylane Rocha, do Conselho Federal de Medicina (CFM), entende que a sua prevenção é um pouco complicada, pois ele é tratado como um tabu pela sociedade. Diz ela: “o suicídio é o desfecho de uma doença física ou mental e pode ser prevenido quando falamos sobre o assunto”. Para ela é de suma importância a divulgação deste tema. De acordo com a cartilha elaborada pelo CFM para prevenção de tal ato, motivado por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio é considerado transgressão às leis divinas, o que dificulta um diálogo aberto sobre o tema. 
 Como entender homens e mulheres bombas que praticam o suicídio por razões religiosas?
É difícil saber distinguir, diante desse quadro, o certo do errado.
A verdade é que nos últimos dias acordamos sempre com notícias de suicídios por motivações religiosas, nas mais diversas nações do mundo.
Por enquanto, esses ataques terroristas estão limitados a países europeus e asiáticos. Ameaças estão sendo feitas também aos países do continente americano.  Mas como prevenir esses suicídios, geralmente praticados por jovens?
Com que cores deveremos iluminar permanentemente os nossos monumentos para que a paz volte a reinar entre os homens?

Fonte: coluna de Gabriel Novis Neves no jornal eletrônico Folhamax, de Cuiabá.
www.folhamax.com.br/opiniao/meses-coloridos/69541

domingo, 6 de dezembro de 2015

Superexposição da sexualidade e nudismo de jovens e adolescentes acabam levando ao suicídio



 Entre jovens e adolescentes, expor a nudez ou até mesmo atos sexuais em mídias vem sendo uma prática muito comum na contemporaneidade. Porém muitos adolescentes, ainda na construção de seu ser e em formação moral, são incapazes de medir as consequências desse ato e que pode acabar os levando a buscar o suicídio por não suportarem a dor moral diante deste ato que é considerado depravado pela sociedade. Freud diz que entre os perversos, prioritariamente na infância, existe a compulsão a atingir um grau de sintoma alto que é o a exposição da nudez. Para ele, considerando-se a perspectiva da sua subjetividade, esses são os exibicionistas e todos nós somos perversos em potencial, e por estarmos em um contexto social muito diferente da sua época, a exibição entre os jovens e adolescentes tornou-se muito comum.
Os relacionamentos entre jovens e adolescentes acontecem cada vez mais cedo e valorizando mais o sexo. Geralmente já tem relações sexuais logo no primeiro, o que hoje é algo absolutamente normal, sem constrangimento, e ainda sendo elas, muitas vezes, relações passageiras. Neste contexto soma-se ainda a praticidade dos aplicativos de smartphones que permitem aos jovens casais a busca de uma nova forma de se satisfazerem sexualmente, através de mensagens, vídeos, áudios e fotos contendo nudez ou até mesmo sexo explícito.
O problema geralmente acontece quando os namorados ou “ficantes” resolvem compartilhar com amigos essas mídias de sua respectiva parceira ou parceiras, no intuito de se exibir em seu círculo social como o “pegador”, o que nos remete a um perfil típico de narcisismo segundo a psicanálise Freudiana. Essa exposição não é compreendida por esses Jovens e adolescentes que não entendem a possibilidade desse material compartilhado cair em “mãos erradas”, ou de atingir um número muito grande de pessoas, que terá consequências incalculáveis à pessoa superexposta em sua saúde mental e no âmbito social.
No texto de 1914 Freud discorre sobre o Narcisismo, quando afirma claramente que as pulsões autoeróticas fazem parte da formação do ego correspondente, e que remete ao novo ato psíquico, no qual ele chama de narcisismo primário e que faz parte da formação do nosso ego. É exatamente nesta fase de personificação em que se encontra o adolescente nos tempos atuais que deparamos com essa necessidade psíquica de se auto erotizar que acaba por se expor e expor o outro.
Nas redes sociais, jovens compartilham suas fotos estampando sorrisos, olhares e caretas de forma sensual. Garotas posam para seu celular com maquiagem, unhas feitas, usando roupas de colegial ou até mesmo de ocasiões festivas, sozinhas ou com amigos (as), ostentando sua imagem e sua sensualidade. Talvez esta exposição seja de forma inconsciente  já que o adolescente está na construção de sua personalidade, e neste momento ele testa, imita e tende a seguir um comportamento influenciado por modismo ou identificação subjetiva, afim de se auto afirmar.
Não se trata de culpar as ferramentas virtuais mas sim o peso que existe em um ciberbulling para aqueles que estão em um processo de personificação e de entendimento do mundo. Os adolescentes acabam sofrendo muito ao expor sua intimidade nestas proporções e eles ficam marcados, mal falados e acabam por pagarem um preço muito alto. As meninas que têm tal exposição são as sempre as “vítimas”, que acabam sendo “apedrejadas”, xingadas, e muitas têm que mudar de cidade e deixar a escola. Elas são perseguidas e sofrem repúdio de todas as formas, sendo tratadas como promíscuas e prostitutas, o que acaba trazendo a elas um sofrimento e que se estende aos familiares.
 Ainda numa cultura patriarcal, a mulher “correta” é associada a uma imagem puritana, de uma pessoa santa e perfeita, cultura essa que foi muito influenciada pelas religiões. Quando essa superexposição vem à tona, gravações de atos sexuais ou imagens exibindo nudez espalhadas na rede, é aí que surgem os comentários e críticas de baixo calão. O jovem está tendo que aprender com o virtual real, ou seja, o virtual no qual faz parte e afeta sua realidade.
Essas garotas ao serem expostas, são retalhadas por uma cultura ainda machista, o que as leva a sofrerem uma rejeição social, se deprimem e não querem mais viver, pois se sentem desconfortáveis e envergonhados diante da circunstância. Essa não aceitação social causa-lhes grande constrangimento e muitas jovens pensam em suicídio e chega por muitas vezes a cometê-lo. Há relatos que em alguns casos de garotas que suicidaram, existia o medo de encarar a família diante a essa situação, escrevem posts em seus blogs ou redes sociais descrevendo a sensação de humilhação. Na maioria as mais atingidas são mulheres, e os homens acabam ganhando fama de "pegadores". Elas têm vergonha de como os familiares podem sofrer diante do ocorrido e medo de como os pais, amigos e sociedade podem reagir.
Buscar amparo nas pessoas mais próximas e de confiança pode ser uma boa forma inicial de lidar com a situação. Ter o apoio das pessoas que nos amam e nos querem o bem nos dá ânimo e força para passar por estes momentos difíceis. O apoio psicológico é fundamental, ajuda a nos autoconhecer e lidar com a pressão psicológica e também nos prejuízos causados nas esferas sociais como um todo.


Referência Bibliográfica

VALAS, Patrick. Freud e a Perversão. CIP Brasil, 1990. Disponível em: <>. Acesso em 23 novembro. 2015.
AUGUSTO, Luís. Freud, Jung e Lacan: Sobre o inconsciente. U. Porto. Disponível em: <> Acesso em 23 novembro. 2015.