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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Suicídio: uma breve história

Imagem da Internet
A idéia do termo “suicídio” perpassa por muitos anos ao longo da história e este texto tem o cunho de apenas trazer uma breve curiosidade da história do suicídio. Segundo Szasz (2002) apud NETTO (2013, p.15),

[...] usamos a palavra ‘suicídio’ para expressar duas ideias bastante diferentes: por um lado, com ela descrevemos uma maneira de morrer; ou seja; tirar a própria vida, voluntária e deliberadamente; por outro lado, no lugar de utilizamos para condenar a ação, ou seja, para qualificar o suicídio de pecaminoso, criminoso, irracional, injustificado... em uma palavra, mal. (SZASZ, 2002, p. 21 – grifos no original, apud NETTO 2013, p.15).

Para Netto (2013, p. 15) é interessante pensarmos que, nessa passagem final, Szasz faz uma brevíssima síntese de como o suicídio foi visto historicamente, desde a época que, entre os antigos, não existia necessariamente uma pejoração em relação à morte voluntária (a palavra suicídio vai surgir por volta do século XII, segundo os dados até então disponíveis), o que havia eram formas de se descrever o ato. É principalmente a partir de Agostinho de Hipona (séc. V), também chamado por alguns de Santo Agostinho, que a morte de si passa a ter uma conotação pecaminosa.

Posteriormente, ainda na Idade Média, passa a ser compreendida como crime, porque lesava os interesses da Coroa: aqueles que se matavam tinham seus bens confiscados pela Coroa, em detrimento de suas famílias, e os cadáveres eram penalizados.

Ainda segundo Netto (2013, p. 15) ao final da Idade Média, com a separação entre a Coroa e a Igreja, o poder médico passa a ocupar um lugar privilegiado no controle da sociedade, de maneira que, a partir de então, são os “médicos” que definem a negatividade da morte voluntária, deslocando o fenômeno do pecado à patologia e qualificando-o como loucura. Assim, a morte voluntária foi se constituindo como um fenômeno que tem características específicas, em momentos históricos distintos.

  
Referência

Conselho Federal de Psicologia. O suicídio e os desafios para a psicologia. 1ª ed. Brasília: CFP, 2013. 152 p.




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