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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

As maiores perdas podem ser fruto de nossa própria negligência





Uma das melhores formas de ajudar uma pessoa que tentou ou está  considerando uma tentativa de suicídio é realmente ouvindo e desenvolvendo sensibilidade e empatia para com seu  sofrimento.
Em geral quando o indivíduo quando chega ao ponto de  considerar um gesto suicida  provavelmente já tentou diversos tipos de recursos  sendo que  a tentativa de suicídio como último ato representa  um grito de socorro. Nesse momento faz-se  necessário parar e pensar o que a levou a se comunicar desta forma, o que  está acontecendo na vida dessa pessoa assim como  na sua necessidade de ajuda e  de apoio.
O  comportamento de desqualificação da subjetividade ou dos sentimentos do suicida pode recair como  uma forma  extremamente negativa causando ainda mais  ressentimento e desesperança. Cobranças e posicionamentos  através da fala de que a pessoa deveria estar bem já que possui “inúmeras coisas boas na sua vida” ou “ que não tem motivos para ficar assim” ou ainda  “ que tem pessoas em situação muito pior”, podem  servir como um gatilho para que uma nova tentativa ocorra.  Quando o contrário acontece e estas pessoas se sentem ouvidas,  a  tendência é que ocorra  certo abrandamento do  sofrimento  e até  mesmo certo conforto psíquico  mesmo que temporário.
Com a escuta verdadeira desse sofrimento  pode-se criar  uma condição que tenha o capacidade de mudar  radicalmente a vida dessa pessoa.   Se quem sofre por si só não tem forças para procurar auxílio, estenda suas mãos e ajude-a a dar um primeiro passo  lembrando-se  sempre que  é possível salvar uma vida.
Não subestime o sofrimento de alguém.  Não seja negligente. Não seja omisso. Seja apenas humano!



Referências:

Conselho Federal de Psicologia. O Suicídio e os desafios para a psicologia. Brasília: CFP, 2013.

Manual disponível em:  < https:cfp.org.br/wp-content/.../2013/12/Suicidio-FINAL-revisao61.pdf>





2 comentários:

  1. Pessoal, é sempre muito delicado falar sobre suicídio e prevenção, pois ao mesmo tempo em que sabemos que o suicídio pode ser o último grito de socorro, e que precisamos estar atentos aos sinais de angústia que o antecedem, há tb um compromisso ético nosso com os familiares e amigos que, muitas das vezes, carregam a culpa de não terem feito mais, não terem escutado mais, não terem visto mais.... enfim.
    O nosso olhar deve contemplar toda essa complexidade que envolve também os limites psíquicos das pessoas do entorno, que são muitas vezes julgadas como negligentes, porém podem estar precisando muito mais do nosso cuidado e acolhimento, inclusive para se fortalecerem nas suas relações de cuidado.

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  2. Pessoal, é sempre muito delicado falar sobre suicídio e prevenção, pois ao mesmo tempo em que sabemos que o suicídio pode ser o último grito de socorro, e que precisamos estar atentos aos sinais de angústia que o antecedem, há tb um compromisso ético nosso com os familiares e amigos que, muitas das vezes, carregam a culpa de não terem feito mais, não terem escutado mais, não terem visto mais.... enfim.
    O nosso olhar deve contemplar toda essa complexidade que envolve também os limites psíquicos das pessoas do entorno, que são muitas vezes julgadas como negligentes, porém podem estar precisando muito mais do nosso cuidado e acolhimento, inclusive para se fortalecerem nas suas relações de cuidado.

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